Apologética

O que é e por que estudar Apologética?


Neste tempo de tanta confusão, do avanço protestante, da apostasia, de cismáticos, da falta de conhecimento da fé, é necesssário um estudo para que enraizemos na Fé, pois diz em Oséias 4,6 – “Meu povo se perde por falta de conhecimento”
             A origem etimológica da palavra apologética vem do grego apologéticos (apologia), que significa justificação, defesa, resguarda e proteção. Apologética é, pois, neste contexto, a justificação e defesa da fé católica. 
             A Apologética tem dois fins, o primeiro o da Justificação da Fé Católica, e o segundo de Defesa da Fé Católica

             O primeiro, considerando a religião no seu fundamento (isto é, no fato da revelação cristã de que a Igreja Católica se diz a única depositária fiel), a apologética expõe os motivos de credibilidade, que provam a sua existência. Deve, portanto, resolver este problema: havendo neste mundo tantas religiões, qual será a verdadeira? Ora o apologista católico sustenta que só a sua fé é verdadeira, e que o é na realidade; deve, pois, provar esta asserção. Este primeiro trabalho constitui a apologética demonstrativa ou construtiva. 
             O segundo, a apologética não só apresenta os títulos que tornam a Igreja Católica credora da nossa adesão, mas também enfrenta os adversários, respondendo aos seus ataques. E como os ataques variam com as épocas segue-se que deve evolucionar e renovar-se incessantemente, pondo de parte as objeções antiquadas e apresentando-se no campo escolhido pelos adversários, para os combates da hora presente. Sob este segundo aspecto, a apologética tem um caráter negativo, e chama-se apologética defensiva. 
             Apologética e Apologia não são termos sinônimos, o primeiro significa ciência do segundo, do mesmo modo que, dogmática significa ciência do dogma. A Apologética é a defesa científica do Cristianismo pela exposição das razões em que se apóia. Uma apologia é uma defesa oposta a um ataque (HETTINGER Théol. Fond. t. L.).

O objeto da apologética é, portanto, mais geral. A apologia limita-se a defender um ponto da doutrina católica no campo do dogma, da moral, ou da disciplina. Prova, por exemplo, que o mistério da Santíssima Trindade não é absurdo; que acusar de interesseira a moral cristã é injustiça; que o celibato cristão não é instituição digna de censura, mas rica em vantagens inestimáveis; e chega até a reabilitar a memória de um santo. A apologia remonta as primeiras eras do Cristianismo; a ciência aparece mais tarde, e está sempre em via de formação ou, pelos menos, de aperfeiçoamento. 
             A apologética enquanto demonstrativa, dirige-se não só ao crente, mas também ao indiferente e ao ateu; 

a) Ao crente para o arraigar nas suas convicções, mostrando-lhe os sólidos fundamentos de sua fé, iluminando-lhe a inteligência e fortificando a vontade;

b) ao indiferente e ao ateu: ao primeiro, para o convencer da importância da questão religiosa e da sem-razão da indiferença acerca deste assunto; a ambos, finalmente, para os levar a reflexão, ao estudo e á conversão. 

             Enquanto defensiva, a apologética visa só os anticrentes e tem por fim refutar os seus preconceitos e objeções. Dizemos anticrentes e não incrédulos, porque ordinariamete os incrédulos limitam-se a não crer, a passo que os anticrentes têm uma religião especial - A religião da ciência, da humanidade, da democracia, da solidariedade, etc. - que dirigem contra a religião católica. 

             A missão da apologética é levar o homem até o limiar da fé, torná-la possível, provando que é racional. Se considerarmos os fatos, a questão para nós não existe, está resolvida antes da discussão; porque, seja qual for a religião a que pertencemos, todos a recebemos do nosso meio e da nossa educação; veio-nos por intermédio dos nossos pais e dos nossos mestres. Muitos há que aceitam sem discussão alguma, fundados somentes na autoridade. Mas pode chegar um momento, em que a dúvida assalte o espírito, e seja necessário armar a fé contra os ataques inimigos. Não recomendava já São Pedro aos primeiros cristãos que andassem preparados para dar razão da sua crença quando lha pedissem? (IPedro3,15). 

Hoje, ainda mais do que então, devem os católicos conhecer os motivos da sua fé e saber explicá-los aos outros. 



Fonte: Manual de Apologética, A. Boulenger, 2° edição - 1950 / Comunidade Parresia

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