Paramentos ou Vestes Litúrgicas

Para lidar com coisas santas e sagradas, são usados na celebração objetos, vestes e outros sinais que realçam e apontam a sacralidade daquilo que se celebra. As vestes, objetos e outros elementos não são "enfeites", mas cada um traz um significado que está de acordo com a dignidade do momento sagrado que se celebra.

A variedade das vestes ou paramentos litúrgicos serve para manifestara diversidade dos ministérios (indicações hierárquicas) exercidos na liturgia. As vestes querem nos dar o sentido de revestir-se de Cristo, de sua autoridade, do seu serviço. O cristão, procura imitar o Cristo, seu divino modelo.

A beleza e a nobreza das vestes resulta do tecido e da forma; se houver ornatos, sejam figuras ou símbolos que indiquem o uso sagrado. As cores devem visar manifestar o caráter dos mistérios celebrados, conforme desenrolar do ano litúrgico.

Conheça todas as vestes ou paramentos litúrgicos que são um sinal daquilo que é Sagrado  na Liturgia Católica...


Amito - É um lenço de linho,  branco, que recobre as  costas, os ombros e  o pescoço do sacerdote. Era  a  peça do vestuário que os povos antigos  usavam  para cobrir  a  cabeça, quando saíam  ao ar livre.   Recorda o pano  com que os soldados vendaram os olhos de  Jesus, para melhor ludibriarem-No.  Simboliza o capacete da fé, com o qual venceremos os nossos  inimigos. Ao vesti-la, o sacerdote faz a seguinte oração:  "Colocai, Senhor, sobre a minha cabeça, o capacete da salvação, para que eu possa resistir às ciladas  do demônio". 





Anel Episcopal - O anel episcopal usado pelo papa é o anel do pescador com a imagem de São Pedro gravada na frente. Este anel é entregue ao papa durante a missa de início de pontificado, junto com outras insígnias do ministério petrino. Com a renúncia de Bento XVI, assim como ocorre na morte do papa, o anel será quebrado pelo Cardeal Camerlengo na presença dos demais cardeais.




Alamar - Feixe usado para fechar a frente do pluvial, também pode ser chamado de "Razionale". Por vezes encontra-se o alamar no véu umeral ou nas vimpas.








Alva - Esta  palavra vem  do vocábulo "albus", que significa branco. É uma túnica talar, de linho  branco, que recobre todo o corpo.  Era usada pelos nobres  gregos e  romanos, e também pelos povos de  climas quentes, como se vê,  ainda hoje, em alguns países  do  Oriente  tropical.   Recorda a túnica branca de  escárnio com que Herodes mandou vestir Jesus.  Simboliza a pureza  do coração. Ao vesti-la, o sacerdote reza:  "Fazei-me puro, Senhor, e santificai o meu coração, para que , purificado com o Sangue do Cordeiro, mereça fruir  as  alegrias eternas". 





Báculo - Insígnia Episcopal que representa o cajado que o Bispo, pastor diocesano, usa para conduzir suas ovelhas. O báculo é usado apenas no território de jurisdição do bispo ou fora dele com consentimento do ordinário do lugar. O Papa usa, no lugar do báculo, a férula (Cf. Férula) que é uma espécie de cruz ástil, sem o crucificado. Atualmente Bento XVI usa uma férula dourada, anteriormente usada por João XXIII. 















Barrete - O barrete é um objeto quadrangular provido geralmente de 3 palas e quase sempre de um pompom. Sua cor varia de acordo com o clérigo, podendo ser usado por todos. O barrete tem uma representação de autoridade. Ao pronunciar uma sentença, por exemplo, os juízes na antiguidade utilizavam o barrete. Os doutores (acadêmicos) utilizam o barrete em funções solenes. O padre, durante a confissão, utilizava obrigatoriamente o barrete para simbolizar exatamente que era ele em posição de Juiz que estava absolvendo o penitente. Nas funções litúrgicas, igualmente, para demonstrar a função de autoridade, junto com os outros clérigos. Ainda hoje é profundamente recomendável que o padre faça uso do barrete no exercício de suas funções. Ao lado temos a representação de um barrete tradicional: ao lado destacamos as palas, em número de três; ao lado destaca-se o pompom ao centro e pode-se ver com maior precisão as três palas (o lado sem pala é o da orelha esquerda) . Também vemos o solidéu, este consta de oito partes costuradas entre si com uma pequena proeminência. Barrete e solidéu tem a sua cor definida de acordo com o clérigo.




Batina ou hábito-   Veste talar dos abades, padres e religiosos, cujo uso diário é aconselhado pelo Vaticano. Alguns sacerdotes fazem o uso do Clerical ou "Clergyman"(Cf. Clergyman) como meio de identificação,  sendo esta uma peça única de vestuário, ou seja, um colarinho circular  que envolve o pescoço  com uma pequena faixa  branca central. 







Cíngulo - É  um cordão  branco ou da cor dos  paramentos, de seda, linho ou algodão, com que o sacerdote se cinge  à cintura. Os antigos o usavam para maior comodidade,  a  fim de que a alva, comprida,  não os estorvasse nos trabalhos  ou nas longas  caminhadas. Recorda as cordas  com que  Jesus  foi atado pelos  algozes. Simboliza  o combate às paixões e  a pureza do coração. Ao cingir-se  com o cíngulo, o sacerdote reza:  "Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza e  extingui em meu coração o fogo da concupiscência, para que floresça em meu  coração a virtude da caridade".  






Cáligas - Sapatilhas usadas pelos Bispos na forma extraordinária do rito romano.










Camauro - Paramento pontifício usado com vestes corais. Consta de um pequeno gorro vermelho (ou branco) com pele de arminho.





Capa Magna - Grande capa usada pelos Bispos e Cardeais com vestes corais em sinal de solenidade. É violeta para os Bispos e vermelha para os Cardeais.







Capelo - Chapéu negro sem ornamento usado pelos clérigos no dia-a-dia.







Chirotecoe - Luvas usadas pelos Bispos. Seguem a cor do tempo, como os demais paramentos. 









Clergyman - Parte da batina usada próxima ao pescoço, possui algumas variações, constando sempre de uma fita branca que fica mais ou menos à mostra. (cf. Batina)







Cruz Peitoral - A cruz peitoral é usada sobre todas as vestes, exceto a casula, pluvial e a dalmática. Todavia, por especial concessão, o bispo pode usar a cruz sobre a casula. O cordão que sustenta a cruz, em ocasiões litúrgicas (com vestes corais ou paramentos) é verde-dourado para os bispos e arcebispos, vermelho-dourado para os cardeais e dourado para o Papa. 








Casula - É a  última  veste que o sacerdote usa,  por cima de todas as outras. Tem, geralmente, atrás,  uma grande Cruz.  Os antigos a  usavam como uma capa, nas estações chuvosas. Casula, em latim, significa "pequena casa".  Recorda a túnica inconsútil de Nosso Senhor, tecida, segundo a tradição, por Nossa Senhora. No Calvário,  os soldados  não  quiseram retalhá-la, mas sortearam-na entre si.  Simboliza o suave jugo da Lei de Deus que devemos levar, e que  se torna  leve  para as almas generosas.  Ao vesti-la, o sacerdote reza: "Ó  Senhor, que dissestes: ' o meu jugo  é suave  e o meu fardo é leve' (Mt 11, 30); fazei que eu possa levar a minha cruz de tal modo que possa merecer a vossa  graça". 


Dalmática - É  uma túnica originária da Dalmácia. É usada pelo diácono  nas Missas  solenes. O subdiácono usa, nas Missas  solenes, a tunicela, bastante parecida com a dalmática, mas que deve ser um pouco mais curta e  menos adornada que esta. 






Estola - É  uma faixa  de pano, do mesmo tecido e  cor  da casula e do manípulo. Mede uns  oito palmos de  comprimento e uns 12 cm de largura. Dá a volta ao pescoço, cruzando ao peito e passando sob o cíngulo, à altura da cintura. Os antigos a usavam como sudário ou como símbolo de autoridade e condecoração honorífica. Recorda as cordas com que Jesus  foi puxado ao Calvário. Simboliza  o poder  espiritual do sacerdote, bem como a nossa  dignidade de  cristão e  penhor de imortalidade.  Ao vesti-la, o sacerdote reza: "Restituí-me, Senhor, a estola da imortalidade que perdi pelo pecado dos nossos  primeiros  pais;  e ainda que eu seja indigno de  acercar-me aos vossos  Santos  Mistérios, possa, contudo,  merecer a felicidade  eterna.  




Fanon -  fanon é como que uma pequena capa com listras nas cores vermelha e dourada que representada a autoridade do Romano Pontífice que se tanto está presente no ocidente como no oriente. Um fato interessante da liturgia pontifícia que está relacionado com este mesmo significado é a poclamação do evangelho em latim (ocidente) e grego (oriente) nas missas papais mais importantes, geralmente na missa de início do ministério petrino e nas celebradas na Arquibasílica do Santissimo Salvador, a Catedral de Roma.






Férula - Objeto semelhante ao báculo. O Sumo Pontífice usa uma em forma de cruz como insígnia. Alguns vigários usavam férula com um globo, simbolizando jurisdição.









Ferraiolo - Capa solene usada pelos clérigos sobre a batina em ocasiões solenes fora da liturgia como formaturas e atos cívicos.













Galero - Chapéu vermelho munido de várias borlas. Era o símbolo maior do cardinalato até sua abolição com o Motu Proprio de Paulo VI.













Hábito Talar - Hábito usado pelos clérigos e religiosos ordinariamente. Exemplos são os hábitos beneditinos, franciscanos e também a batina.






Manícoto - O manícoto é posto no punho sobre a alva, pode ser amarrado ou provido de elástico. Seu uso é mais resumido em relação ao gremial, resume-se basicamente à unção do altar, impedindo que o bispo suje a alva com o Santo Crisma ou que tenha o inconveniente que ficar segurando o punho da mesma. Usando-o, além de evitar situações constrangedoras e inconvenientes, alimenta-se à tradição litúrgica, mantendo vivo o uso de tal paramento.




Manípulo -  É  uma faixa de pano, do mesmo  tecido e  cor da casula. Tem uns 40 cm de  comprimento e uns 12 de largura. É  preso ao braço esquerdo. Antigamente, servia para limpar o pó ou suor da fronte  durante as caminhadas e  trabalhos, ou ainda, com suas dobras,  fazia-se  as  vezes de  algibeira. Recorda as  cordas com que Jesus  foi manietado. Simboliza o amor ao trabalho, ao sacrifício e  às  boas  obras. Ao  acomodá-la ao braço, o sacerdote reza: "Que eu mereça,  Senhor, trazer este manípulo de dor e  penitência, para que possa, com alegria, receber os prêmios dos meus trabalhos".








Mantel - Capa negra com mozeta usada sobre a batina ordinariamente. Antes do Motu Proprio de Paulo VI podia ser violeta para os Bispos e vermelha para os Cardeais.














Mitra - A mitra, segundo o cerimonial dos bispos, é usada “quando está sentado; quando faz a homilia; quando faz as sauda­ções, as alocuções e os avisos; quando abençoa solenemente o povo; quando executa gestos sacramentais; quando vai nas procissões.” 
O Bispo não usa a mitra: “nas preces introdutórias; nas orações; na Oração Universal; na Oração Eucarística; durante a leitura do Evange­lho; nos hinos, quando estes são cantados de pé; nas procissões em que se leva o Santíssimo Sacramento ou as relíquias da Santa Cruz do Senhor; diante do Santíssimo Sacramento exposto.”
O Bispo pode não usar a mitra quando tiver que tirá-la em seguida, ou quando deslocar-se em uma distância pequena e logo na seuquência tenha que tirá-la. À esquerda uma mitra ornada com o brasão do papa João Paulo II bordado às ínfulas (faixas na parte trazeira).








Múleos - Sapatos vermelhos usados pelo Sumo Pontífice.









Murça - Pequena sobre-capa usada nas vestes corais sobre a sobrepeliz ou o roquete e sob a cruz peitoral. Sua cor varia de acordo com o grau hierárquico do clérigo.








Pálio - Insígnia Episcopal usada ao redor do pescoço pelos metropolitas como símbolo de poder e jurisdição.







Pluvial - O pluvial é um manto amplo, aberto à frente que os clérigos usam em algumas circunstâncias.
O uso do pluvial é muito antigo, estando presente em representações da liturgia muito tempo. Atualmente, preserva ainda um apêndice, fruto de um antigo capuz que tais capas possuíam. O pluvial possui, à frente, um objeto, geralmente metálico, chamado alamar (Cf. Alamar). Este funciona como um broche, unindo as duas partes do manto. O alamar pode ser fixo no pluvial ou removível.










Prelatício - Chapéu ornado com borlas usado pelos clérigos. O número e a cor das borlas variam de acordo com o grau hierárquico do clérigo.












Rationale - Paramento episcopal próprio de algumas Sés, usado sobre a casula e sob o pálio. "Rationale" ou "Razionale" também pode significar o feixe do pluvial (cf. Alamar)











Roquete - Paramento usado pelos prelados nas vestes corais sobre a batina e sob a murça.










Sobrepeliz - Paramento semelhante a alva, curto e com mangas largas usados pelos acólitos ao servir a missa ou nas vestes corais de alguns clérigos. Veste branca usada pelos sacerdotes em rituais que não se juntou à missa, por vários ministros no exercício de suas funções. A liturgia sempre quis colocar uma veste branca como base, à semelhança dos 24 anciãos que estão nos céus em volta do trono do Cordeiro (Ap 4, 4).
Não se sabe ao certo, o início do uso da sobrepeliz. Sem dúvida era originalmente uma veste reservada para procissões enterros e ocasiões semelhantes. Na Inglaterra e na França, já era encontrada no século XI. Na Itália, somente no século XII. Fora usada em casos isolados, como na administração de alguns sacramentos. Ao fim deste século já era característica do baixo-clero em suas funções litúrgicas. A vestição da sobrepeliz sobre os clérigos após a tonsura é descrita nos livros litúrgicos nos séculos XIV e XV.






Solidéu - Pequeno chapéu em forma de calota usado pelos clérigos sobre a cabeça. Sua cor varia em relação ao clérigo. O solidéu é uma pequena calota que os clérigos usam na cabeça. Sendo preto para os padres, para todos os monsenhores é preto com frisos violáceos. Todo violeta para os bispos, vermelho para os cardeais e branco para o papa. Nas figuras abaixo temos as diferentes cores de solidéu. No detalhe os frisos violeta do solidéu dos monsenhores. 





Tabarro - Paramento típico dos noviços franciscanos, usado sobre a alva.











Tonsura Franciscana
Tonsura -   Corte circular, rente, do cabelo, na parte mais alta e posterior da cabeça, que se faz nos clérigos, também denominado cercilho ou coroa,  em desuso. A "Prima Tonsura" consiste em  cerimônia religiosa em que o prelado, conferindo ao ordinando o primeiro grau de clericato, lhe dá a tonsura. 










Triregnum - Objeto formado por três coroas unidas, acimado por um globo e uma cruz. Usado pelo Romano Pontífice em ocasiões solenes, fora da liturgia. Não foi abolido, porém está em desuso.










Túnica - Espécie de alva com gola fechada.













Tunicela - Paramento do Subdiácono (forma extraordinária).









Vestes Corais - Conjunto de vestimentas usadas pelos clérigos ao assistir celebrações sem oficiar nelas, chegar e sair solenemente da igreja, etc.
Vestes corais são o conjunto de vestes que os clérigos usam em certas circunstâncias tais como:

  • Dirigir-se publicamente à igreja ou dela retornar;
  • Assistir à Santa Missa ou outro rito litúrgico;
  • Presidir algumas horas canônicas (completas, terça, sexta, noa e ofício das leituras);
  • Podem-se usar ainda para orações privadas e atos de piedade em local sagrado.








Véu Umeral - Usado para segurar o Santíssimo Sacramento, relíquias e os santos óleos, o véu umeral consta de um paramento quadrado posto sobre os ombros.







Fonte: Salvem á Liturgia!

1 comentário

Click Borde em 20 de novembro de 2013 às 03:42

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