O Juízo Final

O Juízo Final

De onde há de vir para julgar os vivos e os mortos...

O Credo contém partes que dizem respeito ao passado, ao presente e ao futuro. Sobre o Juízo Final que engloba o futuro, trataremos do Artigo 7, que diz "Donde há de vir e julgar os vivos e os mortos".

O Catecismo traz uma subdivisão que diz: Ele voltará na gloria e esta parte é divida em 'Cristo já reina pela Igreja...' e '… à espera de que tudo lhe seja submetido', ou seja, trata-se de algo que acontece desde já, mas ainda não. Isso significa que Cristo já reina, mas ainda não reina glorioso; a humanidade já está nos últimos tempos, mas ainda não.

A Carta aos Hebreus encaminha o cristão para esta reflexão quando diz, logo em seu início: "muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais pelos profetas, nesses dias, que são os últimos falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo." (Hb 1,2) A Igreja proclama há dois mil anos que se está vivendo os últimos dias. Isso explica o motivo pelo qual o cristão deve viver num clima de escatologia. A Igreja é uma realidade dos últimos dias.

O Catecismo da Igreja Católica nos diz:

§1038. A ressurreição de todos os mortos, «justos e pecadores» (At 24, 15), há-de preceder o Juízo final. Será «a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida, e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação» (Jo 5, 28-29). Então Cristo virá «na sua glória, com todos os seus anjos [...]. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. [...] Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna» (Mt 25, 31-33.46).



§1039. É perante Cristo, que é a Verdade, que será definitivamente posta descoberto a verdade da relação de cada homem com Deus (636). O Juízo final revelará, até às suas últimas consequências, o que cada um tiver feito ou deixado de fazer de bem durante a sua vida terrena:

«Todo o mal que os maus fazem é registado – e eles não o sabem. No dia em que "Deus virá e não se calará" (Sl 50, 3) [...]. Então, Ele Se voltará para os da sua esquerda: "Na terra, dir-lhes-á, Eu tinha posto para vós os meus pobrezinhos, Eu, Cabeça deles, estava no céu sentado à direita do Pai – mas na terra os meus membros tinham fome: o que vós tivésseis dado aos meus membros, teria chegado à Cabeça. Quando Eu coloquei os meus pobrezinhos na terra, constituí-os vossos portadores para trazerem as vossas boas obras ao meu tesouro. Vós nada depositastes nas mãos deles: por isso nada encontrais em Mim"» (637).

§1040. O Juízo final terá lugar quando acontecer a vinda gloriosa de Cristo. Só o Pai sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda. Pelo seu Filho Jesus Cristo. Ele pronunciará então a sua palavra definitiva sobre toda a história. Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte (638).


§1041. A mensagem do Juízo final é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a «feliz esperança» (Tt 2, 13) do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10).

Resumindo:

§1051. Ao morrer: cada homem recebe, na sua alma imortal, a sua retribuição eterna, num juízo particular feito por Cristo, Juiz dos vivos e dos mortos.

Santo Afonso Maria de Ligório

Sobre o Juízo Final

1. Considera que, logo que a alma tenha saído do corpo, será conduzida ao tribunal de Deus para ser julgada. O Juiz é um Deus Onipotente, ultrajado por ti, e sumamente irado. Os acusadores são os demônios, teus inimigos; o processo teus próprios pecados; a sentença é inapelável; a pena é o inferno. Ali não há companheiros, nem parentes, nem amigos; a causa será resolvida entre Deus e a tua alma. Então compreenderás a hediondez de teus pecados, e não poderás ser tão indulgente com eles, como agora o és. Responderá por teus pecados de pensamentos, palavras, obras, omissão, escândalo, respeitos humanos: tudo se há de pesar naquela grande balança da justiça divina, e se fores encontrado réu de culpa grave, uma só que seja, estarás perdido.Meu Jesus e meu Juiz, perdoai-me antes de me fazer comparecer em vosso tribunal!

2. Considera que a justiça divina há de julgar a todos os homens no vale de Josaphat, quando no fim do mundo ressuscitar os corpos para receberem juntamente com as almas prêmio ou castigo, segundo os seus méritos. Reflete que, se te condenares, tornarás a unir-te a este mesmo corpo, que servirá de prisão eterna á tua alma desgraçada. Naquele encontro desagradável a alma amaldiçoará o corpo, e o corpo por sua vez amaldiçoará a alma; de maneira que a alma e o corpo, que agora correm de mãos dadas em busca de prazeres lícitos, unir-se-ão, em que lhes pese, depois da morte, para ser verdugos um do outro.

Ao contrário, se te salvares, esse teu corpo ressuscitará formosíssimo, impassível e resplandecente; e assim irás, em corpo e alma, gozar d vida bem-aventurada. Tal será o fim da cena deste mundo!Afundar-se-ão no nada todas as grandezas, prazeres e pompas mundanas. Tudo acabará: só ficarão as duas eternidades, uma de glória e outra de pena, uma ditosa e outra infeliz, uma de gozos, e outra de tormentos: no céu os justos, no inferno os pecadores. Desgraçado então o que tenha feito do mundo o seu ídolo, e pelos prazeres miseráveis desta terra tenha perdido tudo, alma, corpo, bem-aventurança e Deus!.

3. Considera a sentença eterna. O Juiz eterno, Jesus Cristo, voltar-se-á primeiro contra os réprobos, a quem dirás: "Ingratos, tudo se acabou para vós! Chegou a minha hora, hora de verdade e justiça, hora de indignação e vingança! Criminosos, amastes a maldição; caia sobre vós: sede malditos na eternidade: ide para o fogo eterno, privados de todos os bens e sob o peso de todos os males". Em seguida voltar-se-á para os escolhidos e dirá: "Vinde vós, meus filhos queridos, vinde possuir o reino dos céus, que vos está preparado. Vinde não já para levar a cruz em pós de Mim, mas para partilhar da minha coroa. Vinde como herdeiros de minhas riquezas e companheiros de minha glória. Vinde cantar eternamente minhas misericórdias. Vinde da terra do exílio á pátria, da miséria ao gozo, das lágrimas á alegria, do sofrimento ao descanso eterno".

Meu Jesus, eu espero ser também um destes filhos afortunados. Amo-Vos sobre todas as coisas, abençoai-me desde este momento, e abençoai-me também vós, ó Maria minha querida Mãe!

Fruto I. Farei todas as minhas ações como se devesse comparecer, na ocasião em que as executar, perante o tribunal divino a dar conta delas.

Fruto II. Exercitar-me-ei em obras de misericórdia espirituais e corporais, porque ao que as praticar prometeu Deus uma benção eterna no dia do juízo.


Fontes: Comunidade Missionária Mariana; Padrepauloricardo.org; Catecismo da Igreja Católica

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