São Tomé na Sagrada Escritura e na Tradição

Tornou-se famosa sua atitude cética diante da afirmação dos outros Apóstolos, que haviam visto Jesus após a Ressurreição: ‘Se não vir nas suas mãos (do Redentor) a abertura dos cravos e não meter a minha mão no seu lado, não creio’, asseverou, na ocasião (Jo, 20, 25).
Acrescenta o Evangelista que, oito dias depois, estavam os discípulos reunidos, e São Tomé com eles. Jesus apareceu-lhes e disse então a São Tomé: "Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, aproxima também a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel!. Respondeu Tomé, e disse-lhe: “Senhor meu, e Deus meu”. Disse-lhe Jesus: “Tu creste, Tomé, porque me viste, bem-aventurados os que não viram, e creram" (Jo. 20, 27-29).
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É uma tradição muito arraigada ter São Tomé exercido seu apostolado em regiões do Oriente situadas entre.a Síria, a Pérsia e a Índia. O artigo que publicamos nesta edição ressalta outra tradição referente ao Apóstolo, pouco conhecida e até certo ponto silenciada, mas que encontra sólidas raízes nos relatos dos povos indígenas das Américas: sua ação evangelizadora nesse continente.Pesquisas históricas realizadas na índia, nos últimos 70 anos, têm confirmado a tradição várias vezes secular a respeito do Apóstolo. Sua figura faz parte da história indiana, a qual admite ter São Tomé implantado o cristianismo ao sul do país, em Malabar e na costa de Coromandel. Muitos se converteram mediante sua pregação, tendo ele construído igrejas em várias cidades.
Segundo essa tradição, São Tomé chegou à India em meados do século I, tendo evangelizado a região de Cranganur. No ano 72, quando o Apóstolo rezava diante da cruz de granito esculpida por ele próprio, no monte de São Tomé, foi martirizado, sendo transpassado por uma lança. Seu corpo foi sepultado em Meleapur-Santhome, na igreja por ele construída.
Conservam-se nessa cidade diversos monumentos que atestam a atuação apostólica de São Tomé, como a caverna na qual se escondia de seus perseguidores, o oratório esculpido por ele, diante do qual foi martirizado, e seu túmulo.
Uma bela catedral gótica foi construída, no ano de 1893, em honra ao glorioso Apóstolo, em Meleapur. O templo religioso foi edificado no mesmo local onde os portugueses haviam construido uma igreja a ele dedicada, no início do século XVI.
As relíquias do Santo foram levadas a Edessa, na Palestina, e posteriormente a Ortona, na Itália.
Na comemoração do XIX Centenário de São Tomé, na cidade de Madras, em 1972, o Legado papal, Cardeal Convey, declarou São Tomé Patrono e Apóstolo da India.
A Lenda de São Tomé no Brasil e nas Américas
Alguns relatos históricos e numerosos indícios materiais –– quase desconhecidos do grande público –– atestam a passagem do Apóstolo São Tomé, no início de nossa era, entre os índios brasileiros e de norte a sul do continente
“Ide de e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt. 28, 19).
Esse o preceito de Nosso Senhor Jesus Cristo aos Apóstolos, que assumiram a missão de percorrer o mundo pregando o Evangelho a todos os povos.
Admite-se, como hipótese muito provável, que São Tomé teria pregado aos índios do Ocidente, logo no início da era cristã.
Isto explicaria as cruzes encontradas com diversos grupos indígenas em toda a América, e certas pegadas gravadas nas pedras em vários lugares do Brasil e outros países, além de tradições orais nesse sentido, existentes entre os indígenas.
Presume-se –– dizem alguns cronistas –– que São Tomé teria vindo primeiramente para o continente americano, passando pela Ásia. Outros discordam, afirmando haver passado antes pelo Oriente.
O certo é que esse Apóstolo pregou sempre os Evangelhos em terras longínquas, desconhecidas e inóspitas, tendo atingido a Etiópia, a. antiga Pérsia (hoje Irã), indo depois para a Índia, o Tibet e chegando à China.
Em todos os lugares por onde pregou a Fé cristã, realizou sempre milagres extraordinários, deixando sinais que perduram até nossos dias.
Percorrendo São Tomé grande parte do mundo conhecido de então, criou-se em torno dele uma legenda universal. Por todas as partes onde esteve, mas principalmente nas Américas, e em particular no Brasil, foi deixando gravadas, em certas pedras do caminho, as impressões de seus pés como testemunhas de seu trânsito por esses lugares, além de cruzes.
As pegadas de São Tomé no Brasil
Em nosso país, a legenda e vestígios de São Tomé encontram-se espalhados por muitos lugares.
Com base em informações dadas pelos índios à época do Descobrimento, os portugueses recém-chegados constataram a existência das impressões dos pés de São Tomé no litoral e mesmo no interior.
“A Nova Gazeta da Terra do Brasil” publicava, em 1514, tradições orais dos índios brasileiros quanto à existência no país das pegadas de São Tomé, bem como recordações que conservavam dele.
Ao mostrarem tais pegadas aos portugueses, os índios indicavam também cruzes existentes terra adentro. E quando falavam do Apóstolo, chamavam-no de deus pequeno, pois havia outro Deus maior.
É tradição antiga entre os índios que aquele Apóstolo, a quem chamavam Sumé, veio ao Brasil e lhes forneceu a planta da mandioca e da banana, ajudando-os a cultivar a terra. Pregou o bem àqueles indígenas, ensinando-os a adorar e servir a Deus e não ao demônio, a não terem mais de uma mulher e não comerem carne humana.
Outra informação histórica da existência das pegadas no Brasil foi-nos transmitida pelo padre Manoel da Nóbrega –– dos primeiros missionários jesuítas vindos de Portugal após o Descobrimento –– em suas “Cartas do Brasil”.
Poucos dias após sua chegada aqui, em março de 1549, escrevia: “Também me contou pessoa fidedigna que as raízes de que cá se faz pão, que São Tomé as deu, porque cá não tinham pão”. E, em data posterior, acrescenta: “Dizem os índios que São Tomé passou por aqui e isto lhes foi dito por seus antepassados e que suas pisadas estão sinaladas junto de um rio, as quais eu fui ver, por mais certeza da verdade, e vi com os próprios olhos quatro pisadas sinaladas com seus dedos. Dizem que quando deixou estas pisadas ia fugindo dos índios que o queriam flechar, e chegando ali se abrira o rio e passara por meio dele a outra parte sem se molhar. Contam que, quando queriam o flechar os índios, as flechas se tornavam para eles e os matos lhe faziam caminho para onde passasse”.
Constata-se nesse relato do padre Manoel da Nóbrega a intenção missionária de São Tomé, espalhando por estas plagas brasílicas a palavra de Deus, e deixando visíveis as marcas de sua passagem em vários lugares conhecidos.
Desde o Rio Grande do Sul, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba, Ceará e Maranhão, encontramos pegadas atribuídas a São Tomé, que, pela tradição dos índios, vêm de remotas eras, anteriores ao Descobrimento, em 1500.
Além destas, e das cruzes mostradas pelos índios, há várias outras marcas e fatos pitorescos ocorridos em nosso território.
Perto da cidade de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, existe um grande penedo que parece ter levado várias bordoadas. Estas estão impressas na pedra como se o bordão tivesse golpeado com força em cera branda. E é tradição dos índios terem sido as bordoadas impressas pelo bordão de São Tomé, numa ocasião em que eles haviam resistido à doutrina pregada pelo Apóstolo.
Na Bahia, em São Tomé do Peripé, há uma fonte perene de água doce, que brota de um penedo junto a certas pegadas. É tradição que por ali desceu São Tomé. A esta fonte o povo deu o nome de São Tomé milagroso, porque a água nasce de pedra viva.
Pegadas e cruzes nas Américas
Em diversos países americanos podemos encontrar marcas atribuídas a São Tomé, segundo tradições antigas dos silvícolas.Elas estão espalhadas por todos os países da América do Sul.
Há ainda sinais análogos em Cuba e no Haiti. A eles se referiram os antigos maias na América Central, o mesmo acontecendo no México, Estados Unidos e Canadá.
Como no Brasil, também em outras nações aparecem cruzes: no Peru, os incas possuíam uma de mármore muito famosa, que, segundo a tradição de seus antepassados, lhes fora presenteada por São Tomé. Em Carabuco, porto costeiro do lado norte do lago Titicaca (Bolívia), havia uma cruz que os indígenas da região, de acordo com tradição muito antiga, asseguravam ter sido deixada por São Tomé a seus ancestrais. Venera-se hoje, na cúpula do altar-mor da catedral de Sucre, uma cruz confeccionada com a madeira negra da aludida cruz de São Tomé.
Fernão Cortez, quando chegou ao México, achou um muro de pedra quadrada, e no meio uma cruz de dez palmos de altura, venerada pelos aztecas, implantada pelo Apóstolo.
Também no Canadá os índios da parte oriental do país conheciam a cruz cristã, quando lá chegaram os primeiros desbravadores.
O padre Antonio Ruiz de Montoya, missionário no Paraguai, conta um episódio interessante em seu livro, escrito em 1639, quando de sua chegada a uma aldeia indígena daquele país, ostentando uma cruz.
Foi recebido com demonstração de amor, danças e júbilo. As mulheres foram recebê-lo com as crianças ao colo; os habitantes lhe ofereciam comida, coisa que nunca antes havia ocorrido. Os índios contaram-lhe então uma tradição antiquíssima recebida dos antepassados. Quando São Tomé, que chamavam de Pai Zumé, fez sua passagem por aquelas terras, dissera-lhes estas palavras: “A doutrina que eu agora vos prego, perdê-la-eis com o tempo. Mas, quando depois de muito tempo, vierem uns sacerdotes sucessores meus, que trouxerem cruzes como eu trago, ouvirão os vossos descendentes esta mesma doutrina que vos ensino”.
Foi essa tradição que os levou a dar ao missionário tão boa acolhida. Ali foi fundada uma povoação, início de muitas outras.
De volta dessa longa peregrinação pelo mundo, São Tomé, segundo a tradição, foi martirizado em Meleapor, na Índia, transpassado por uma lança. Dois séculos mais tarde, o imperador romano Alexandre Severo mandou buscar o corpo do Apóstolo, ordenando seu sepultamento em Edersa, hoje Orfia, na Turquia asiática.
A legenda de São Tomé desabrochou para os índios com a chegada dos novos missionários trazidos pelos descobrimentos dos séculos XV-XVI.
Tais missionanos acabariam por se constituir nos verdadeiros herdeiros do ancestral mítico, enviado por Deus a nosso continente como primeiro propagadorda Fé.
Hoje uma verdadeira campanha, bem orquestrada, procura denegrir a ação desses missionários.
Que São Tomé esmague uma vez mais as argúcias satânicas nestas plagas que ele tanto quis converter para Nosso Senhor Jesus Cristo por meio de Maria, Medianeira de todas as graças.
Bibliografia:
1. Pe. Antônio Ruiz de Montoya, Conquista Espiritual feita pelos religiosos da Companhia de Jesus nas Províncias do Paraguai, Paraná, Uruguai e Tape, Martins Livreiro Editora Ltda, 1ª edição. Porto Alegre, 1985.
2. Maxime Haubert, Índios e Jesuitas no tempo das Missões, Editora Schwarcz Ltda, 1ª edição. São Paulo, 1990.
3. Francisco Adolfo de Varnhagen, História do Brasil. Edições Melhoramentos, 5ª edição. São Paulo. 1956.
4. A1berto Silva, A cidade de Salvador –– Aspectos seculares, Prefeitura Municipal, Salvador. 1957.
5. Fray Diego de Ocaña. Un viaje fascinante por la America Hispana del siglo XVI, Studium Ediciones, Madri, 1969.
Audiência de Bento XVI sobre São Tomé Apóstolo
Tomé
Queridos irmãos e irmãs!
Prosseguindo os nossos encontros com os doze Apóstolos escolhidos directamente por Jesus, hoje dedicamos a nossa atenção a Tomé. Sempre presente nas quatro listas contempladas pelo Novo Testamento, ele, nos primeiros três Evangelhos, é colocado ao lado de Mateus (cf. Mt10, 3; Mc 3, 18; Lc 6, 15), enquanto nos Actos está próximo de Filipe (cf. Act 1, 13). O seu nome deriva de uma raiz hebraica, ta’am, que significa “junto”, “gémeo”. De facto, o Evangelho chama-o várias vezes com o sobrenome de “Dídimo” (cf. Jo 11, 16; 20, 24; 21, 2), que em grego significa precisamente “gémeo”. Não é claro o porquê deste apelativo.Sobretudo o Quarto Evangelho oferece-nos informações que reproduzem alguns traços significativos da sua personalidade. O primeiro refere-se à exortação, que ele fez aos outros Apóstolos, quando Jesus, num momento crítico da sua vida, decidiu ir a Betânia para ressuscitar Lázaro, aproximando-se assim perigosamente de Jerusalém (cf. Mc 10, 32). Naquela ocasião Tomé disse aos seus condiscípulos: “Vamos nós também, para morrermos com Ele” (Jo 11, 16).Esta sua determinação em seguir o Mestre é deveras exemplar e oferece-nos um precioso ensinamento: revela a disponibilidade total a aderir a Jesus, até identificar o próprio destino com o d’Ele e querer partilhar com Ele a prova suprema da morte. De facto, o mais importante é nunca separar-se de Jesus. Por outro lado, quando os Evangelhos usam o verbo “seguir” é para significar que para onde Ele se dirige, para lá deve ir também o seu discípulo. Deste modo, a vida cristã define-se como uma vida com Jesus Cristo, uma vida a ser transcorrida juntamente com Ele. São Paulo escreve algo semelhante, quando tranquiliza os cristãos de Corinto com estas palavras: “estais no nosso coração para a vida e para a morte” (2 Cor 7, 3). O que se verifica entre o Apóstolo e os seus cristãos deve, obviamente, valer antes de tudo para a relação entre os cristãos e o próprio Jesus: morrer juntos, viver juntos, estar no seu coração como Ele está no nosso.Uma segunda intervenção de Tomé está registada na Última Ceia. Naquela ocasião Jesus, predizendo a sua partida iminente, anuncia que vai preparar um lugar para os discípulos para que também eles estejam onde Ele estiver; e esclarece: “E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho” (Jo 14, 4). É então que Tomé intervém e diz: “Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?” (Jo 14, 5). Na realidade, com esta expressão ele coloca-se a um nível de compreensão bastante baixo; mas estas suas palavras fornecem a Jesus a ocasião para pronunciar a célebre definição: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”(Jo 14, 6). Portanto, Tomé é o primeiro a quem é feita esta revelação, mas ela é válida também para todos nós e para sempre. Todas as vezes que ouvimos ou lemos estas palavras, podemos colocar-nos com o pensamento ao lado de Tomé e imaginar que o Senhor fala também connosco como falou com ele.Ao mesmo tempo, a sua pergunta confere também a nós o direito, por assim dizer, de pedir explicações a Jesus. Com frequência nós não o compreendemos. Temos a coragem para dizer: não te compreendo, Senhor, ouve-me, ajuda-me a compreender. Desta forma, com esta franqueza que é o verdadeiro modo de rezar, de falar com Jesus, exprimimos a insuficiência da nossa capacidade de compreender, ao mesmo tempo colocamo-nos na atitude confiante de quem espera luz e força de quem é capaz de as doar.Depois, muito conhecida e até proverbial é a cena de Tomé incrédulo, que aconteceu oito dias depois da Páscoa. Num primeiro momento, ele não tinha acreditado em Jesus que apareceu na sua ausência, e dissera: “Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito” (Jo 20, 25). No fundo, destas palavras sobressai a convicção de que Jesus já é reconhecível não tanto pelo rosto quanto pelas chagas. Tomé considera que os sinais qualificadores da identidade de Jesus são agora sobretudo as chagas, nas quais se revela até que ponto Ele nos amou. Nisto o Apóstolo não se engana. Como sabemos, oito dias depois Jesus aparece no meio dos seus discípulos, e desta vez Tomé está presente. E Jesus interpela-o: “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” (Jo 20, 27). Tomé reage com a profissão de fé mais maravilhosa de todo o Novo Testamento: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28). A este propósito, Santo Agostinho comenta: Tomé via e tocava o homem, mas confessava a sua fé em Deus, que não via nem tocava. Mas o que via e tocava levava-o a crer naquilo de que até àquele momento tinha duvidado” (In Iohann. 121, 5). O evangelista prossegue com uma última palavra de Jesus a Tomé: “Porque me viste, acreditaste. Felizes os que, sem terem visto, crerão” (cf. Jo 20, 29). Esta frase também se pode conjugar no presente; “Bem-aventurados os que crêem sem terem visto”.Contudo, aqui Jesus enuncia um princípio fundamental para os cristãos que virão depois de Tomé, portanto para todos nós. É interessante observar como o grande teólogo medieval Tomás de Aquino, compara com esta fórmula de bem-aventurança aquela aparentemente oposta citada por Lucas: “Felizes os olhos que vêem o que estais a ver” (Lc 10, 23). Mas o Aquinate comenta: “Merece muito mais quem crê sem ver do que quem crê porque vê” (In Johann. XX lectio VI 2566). De facto, a Carta aos Hebreus, recordando toda a série dos antigos Patriarcas bíblicos, que acreditaram em Deus sem ver o cumprimento das suas promessas, define a fé como “fundamento das coisas que se esperam e comprovação das que não se vêem” (11, 1). O caso do Apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir, apesar das dificuldades, pelo nosso caminho de adesão a Ele.Uma última anotação sobre Tomé é-nos conservada no Quarto Evangelho, que o apresenta como testemunha do Ressuscitado no momento seguinte à pesca milagrosa no Lago de Tiberíades (cf. Jo 21, 2). Naquela ocasião ele é mencionado inclusivamente logo depois de Simão Pedro: sinal evidente da grande importância de que gozava no âmbito das primeiras comunidades cristãs. Com efeito, em seu nome foram escritos depois os Actos e o Evangelho de Tomé, ambos apócrifos [isto é, falsos] mas contudo importantes para o estudo das origens cristãs. Por fim recordamos que segundo uma antiga tradição, Tomé evangelizou primeiro a Síria e a Pérsia (assim refere já Orígenes, citado por Eusébio de Cesareia, Hist. eccl. 3, 1) depois foi até à Índia ocidental (cf. Actos de Tomé 1-2 e 17ss.), de onde enfim alcançou também a Índia meridional. Nesta perspectiva missionária terminamos a nossa reflexão, expressando votos de que o exemplo de Tomé corrobore cada vez mais a nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso Deus.
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